A equipe de Neurocirurgia liderada pelo médico Carlos Tadeu Parisi de Oliveira, do Hospital
Universitário São Francisco de Assis na Providência de Deus (HUSF) realizou, no dia 22 de
novembro de 2017, uma ”Awake Craniotomy”, cirurgia inédita na Região Bragantina.
O procedimento consiste em manter o paciente acordado durante a retirada de um tumor
cerebral, para minimizar as chances de sequelas e déficits pós-operatórios. A informação foi
enviada à redação do BJD na manhã da última quinta-feira, 21 de dezembro. Ao todo, seis profissionais (entre neurocirurgiões, anestesistas e uma psicóloga) participaram da
cirurgia no HUSF, que durou quatro horas e meia e foi um sucesso. Todo o procedimento foi
realizado pelo SUS. A paciente – uma mulher de 24 anos – recebeu alta hospitalar dois dias após
o procedimento, passa bem e se recupera em casa, sem qualquer sequela pós-operatória.
VANTAGENS DO PROCEDIMENTO
O início da cirurgia acontece com o paciente sedado. Depois que o crânio é aberto, a sedação
diminui e o paciente é acordado. Durante a retirada do tumor, o paciente conversa com a equipe e
responde a uma série de perguntas e testes para que se possa monitorar em tempo real se a região
que está sendo manipulada é responsável por alguma função importante, como fala, movimento,
memória, visão, entre outras (“áreas eloquentes”).
Se for observada alguma alteração durante a manipulação de determinada área, a mesma não é
retirada, evitando assim potenciais sequelas para o paciente.
Dessa maneira, consegue-se obter um resultado mais seguro, permitindo que o paciente volte
para suas atividades mais rapidamente, minimizando ainda as chances de sequelas e
comprometimentos funcionais permanentes.
Além de Carlos Tadeu Parisi de Oliveira, a equipe contou com Patrick Moro Mariano, Renan
Binatti da Silva, Marcos Kendi Sekine, Carlos Renan Calabro de Almeida, Eduardo Jorge Cury
Filho, Patrícia Vial Cury, Denis Nunes Fernandes (anestesista), André de Barros Martho
(residente de anestesia) e Melissa Mejitarian de Oliveira (residente multiprofissional).
“Alguns de nós já tinham experiências em cirurgias anteriores em outros hospitais,
principalmente da capital, mas é sempre uma satisfação muito grande e diferente a cada cirurgia
bem sucedida, ainda mais num procedimento inovador. É o desafio que nos move. Vamos
continuar realizando esse tipo de procedimento. É mais um diferencial que oferecemos aos
pacientes da região”, comentou Tadeu Parisi em entrevista ao BJD.