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15/10/2016
29 Domingo do tempo Comum
Frei Almir Ribeiro Guimarães
  Lucas nos fala da eficácia da oração, de modo especial, da oração de pedido. Deus certamente fará justiça aos que lhe dirigem suas preces. Seja-me permitido, no entanto, neste espaço apresentar algumas diretrizes para que possamos rezar como convém: Jesus quer que rezemos com o interior, com o coração. A verdadeira oração parte sempre do íntimo de cada um. Ela nunca é apenas um mecânico balbuciar dos lábios ou a repetição monótona de fórmulas que, com o tempo, vão se esvaziando.

A oração pura e límpida, supõe um coração voltado somente para o Senhor. O coração dividido entre muitos amores não pode agradar ao Senhor. Ele é um Deus ciumento que não quer apenas migalhas, mas inteireza de nosso ser.
Vivemos no mundo. Trabalhamos, lutamos, corremos. São Francisco alertava aos seus que, no meio de tudo na vida, não perdessem o espírito da oração: “Os irmãos aos quais o Senhor deu a graça de trabalhar, trabalhem com fidelidade e devoção, de modo que afugente o ócio, inimigo da alma, e não percam o espírito da santa oração e da piedade ao qual devem servir todas as coisas temporais.” (Regra não bulada 5,1-2).
Parece importante, ao menos algumas vezes, buscar lugares retirados e silenciosos para uma forma de oração que se chama meditação. Deus não costuma se revelar na agitação e no frenesi. No silêncio chegamos ao fundo do coração e lá podemos, interiormente, nos prostrar diante da Presença.
Uma das primeiras preocupações do orante é colocar-se na presença de Deus. Esse exercício da busca do olhar do Senhor significa uma tomada de consciência de que Ele não está longe de nossos corações que o buscam.
A oração é um diálogo que se entabola entre nossa fragilidade e a grandeza do Senhor. Supõe dois interlocutores. Minha vida e minha fragilidade, meu passado e meu presente, meus sonhos e minhas decepções se colocam diante do Outro, do Altíssimo, do Bem, do Sumo Bem. Ele me fala, me fala de modo particular pelas Escrituras, pela cruz e pelas inspirações que coloca dentro do meu irrequieto coração. Quando ele se aproxima pede de mim despojamento, pobreza, tentativa de viver o amor fraterno. Minha oração é acolhida da visita e da chegada do Senhor.


Ubaldo Terrinoni: “O ser humano moderno, filho da ciência e da técnica, acredita naquilo que vê e pode tocar, encontra sérias dificuldades para abrir-se ao mistério de Deus e ao diálogo com ele. A nossa civilização, toda dominada pela lógica do ter e do fazer, exaltada pelo ídolo da eficiência, da produtividade e do consumo, não sente mais necessidade de  reservar um templo para a contemplação. Ao ritmo frenético do fazer e do produzir, deve corresponder para ele a rapidez do  receber e do consumir. Disso resulta que não há tempo para outra coisa: não há espaço para o gesto gratuito, para a escuta do próximo e para o colóquio tranqüilo com Deus na quietude do espírito e no repouso da mente”.


A oração exige perseverança. O orante é, basicamente, alguém profundamente fiel. A grande provação de todos os que buscam a Deus é o tempo, o desgaste do tempo. Será preciso perseverar, independentemente de nossas reações emotivas e das noites escuras que venhamos a atravessar.


Novamente Francisco: “...rogo a todos os irmãos, tanto os ministros quanto os outros, que removam todos os obstáculos, rejeitem todos os cuidados e solicitudes, para, com o melhor de suas forças, servir, amar, adorar e honrar de  coração reto e mente pura, o Senhor nosso Deus, pois isso é que ele deseja sem medida” (Regra não bulada 22,23).
frei Almir Ribeiro Guimarães

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