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20/09/2016
Bioética – Suicídio é a solução dos problemas?
Não podemos criticar as pessoas que cometem este ato, porque elas não querem tirar suas vidas mas querem matar o sofrimento que existe dentro delas.
O suicídio é um tema muito antigo e mesmo assim, polêmico. As pessoas não estão acostumadas com morte. A morte é algo que para nós cristãos deveria ser momento de graça, pois acreditamos que passamos para uma vida nova, de que estamos aqui de passagem e que um dia voltaremos à casa de Deus. Tanto nas dimensões psicológicas, físicas, espirituais e sociais não estamos preparados para a morte. A morte para nós não é aceitável, achamos que o fim da vida seria como um caminhar na estrada aonde nos deparamos com um barranco, sem existir uma ponte para nos ajudar na travessia, mas muito pelo contrario: no fim de nossas vidas, no fim “desta estrada” existem uma linda ponte na qual fazemos a travessia e  Deus nos espera do outro lado para uma nova vida.  

Nosso cérebro não esta programado a aceitar a morte e acredito que mesmo que nos preparamos para a morte de outrem ou até mesmo a nossa  morte, não vamos nos esquivar do sofrimento da ausência e da dor. Existem intensidades de sofrimentos para cada tipo de morte, mas aqui classificaremos em três tipos: a morte causada por uma doença, por um acidente e/ou suicídio. Existem doenças como um câncer de fase terminal, em que o médico ao dar a notícia aos familiares, os mesmos tendem a levar um impacto e sofrer muito no momento da notícia, porém esta família começa a se programar para lidar com a morte daquele seu ente querido; é o que chamamos de neuroplasticidade na qual o cérebro ao lidar com diversas situações, inicia se um processo de modificação neuronal no sistema nervoso  ocorrendo adaptação e modificação cerebral a novas experiências. Assim ocorre uma reprogramação do cérebro diante de novas experiências da espera da morte. As pessoas não estão preparadas para impacto da notícia de uma doença na qual lhe trará sofrimento, por isso há um sofrimento muito intenso, porém nosso cérebro começa a preparar a própria pessoa e seus familiares para este momento. É claro que cada organismo, cada pessoa reage de maneiras diferentes, e há aquelas que não aceitam este processo quando diagnosticadas sem expectativas de vida futura e diante deste cenário a própria família sofre conjuntamente com estas pessoas.  O fato de saber que um indivíduo esta em fase terminal de câncer não é tão fácil e simples assim, mas a ciência pode afirmar que na hora da morte os traumas são bem menos intensos quando a notícia desta doença ocorre com antecedência, esta situação de aceitação se da quando as pessoas dizem aquela velha frase: “descansou pois estava sofrendo”. Quando familiares pronunciam esta frase é sinal de que o cérebro estava programado para viver o luto com menos sofrimento. 

Nossa sociedade vive em uma extrema insatisfação pessoal. Deparamo-nos com pessoas insatisfeitas no trabalho, na vida familiar, aquela projeção de ter filhos e educa-los foge do alcance dos pais quando estes se tornam adolescentes e buscam a própria autonomia antes do tempo, causando aos pais insatisfação e tristeza. Pegando esta linha de raciocínio dos adolescentes que hoje não sabem viver as etapas, pulando-as e vivendo uma vida totalmente sem perspectivas de vida, vamos juntando todos estes retalhos e nos deparamos com o padecimento espiritual, psicológico, social e até mesmo físico. A insatisfação gera um sofrimento tão intenso, que podemos perceber que aos poucos as pessoas começam a se entristecer, viver isoladas, não se sentem parte deste mundo;  assim caminha a nossa humanidade que padece de sofrimentos físicos, psíquicos e espirituais na busca de resposta para as suas angustias e as situações diversas que a vida nos impõe e que somente nós podemos dar a resposta e temos a capacidade de decidirmos por nós mesmos.   Quando falo da insatisfação, podemos deparar com diversos exemplos que a vida traz diante de nós. Escolhas erradas também geram insatisfação e quantas pessoas hoje fazem escolhas erradas. Algumas delas conseguem lidar e gerenciar suas emoções, outras buscam aliviar nas drogas, ou seja; buscam o entorpecimento da alma para não ter que encarar frente a frente seus problemas insatisfatórios e suas escolhas erradas e também existem aquelas pessoas que acham que a melhor saída é o SUICÍDIO. Não podemos criticar as pessoas  que cometem este ato, porque elas não querem tirar suas vidas mas querem matar o sofrimento que existe dentro delas. Por isso precisamos buscar uma vida saudável mesmo que diante de nossas insatisfações elas podem paralisar e deixar indivíduos imóveis diante da vida. Volto a falar aqui neste artigo da importância de estímulos externos que podem desencadear neurotransmissores como dopamina que é o neurotransmissor do bom humor, da felicidade. Também a espiritualidade tem a capacidade de questionar a nossa vida e de nos colocar diante dela fazendo perguntas a nós mesmos se queremos permanecer em estado de tristeza e insatisfação. Pessoas espiritualizadas têm fortes tendências de ser saudáveis fisicamente,  psicologicamente  e socialmente. A espiritualidade, ambientes externos saudáveis  desencadeiam uma serie reações químicas  que nos tornam melhores como pessoas.

Existem pessoas antissociais, de poucas conversas, tímidas, falam pouco, mas isto não quer dizer sintomas de depressão ou algum tipo reações neuroquímicas irregulares que futuramente desencadeará transtornos psicológicos; são atitudes que fazem parte da personalidade da pessoa. Por isso precisamos ter uma boa percepção e uma interpretação das pessoas que convivemos. Procure observar-se , analisar-se  ultimamente não tem se isolado, vivendo uma tristeza e angustia sem saber a causa e o motivo pela qual está passando. Avalie suas insatisfações e procure resolvê-las. Partilhe com os amigos os sentimentos amargos do coração. Procure um profissional da saúde mental ou até mesmo uma direção espiritual. Não guarde as insatisfações para você, pois elas podem crescer como uma árvore de raiz muito profunda que pode devastar e abalar toda a estrutura de um edifício; é assim que às vezes acontecem com nossos sentimentos, eles criam raízes tão profundas que por instantes achamos que o melhor caminho é não viver mais.   Aproveite a vida, estimule-se, exercite-se, procure novos ambientes e verás que a vida mesmo que às vezes sofrida é tão curta e tão bonita para não ser vivida.          

 

Frei Mariano Freitas – fndp

Farmacêutico Bioquímico

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